Arrancou há dias a aquisição de 1050 quilómetros de sísmica bidimensional (2D) no bloco de Búzi, localizado na província de Sofala, centro do país, que é operado pela Buzi Hydrocarbons, com a participação da ENH.
A cerimónia oficial de lançamento destas actividades, no âmbito da pesquisa de hidrocarbonetos, teve lugar na localidade de Inharongue, em Búzi.
O objectivo principal destes trabalhos é avaliar a descoberta do furo BS-01. Para isso, quatro linhas, em Búzi, serão usadas para maturar o prospecto e definir um novo local para a execução do furo de avaliação BS-03. As outras linhas, ainda em Búzi e Machanga, serão utilizadas para avaliar o potencial de hidrocarbonetos nas zonas de Búzi e Divinhe, situadas no norte e sul do bloco de Búzi, respectivamente. Este projecto envolverá 17 linhas em Búzi (499 quilómetros) e 19 linhas em Machanga (551 quilómetros).
Rudêncio Morais, Administrador do Pelouro de Pesquisa e Produção (PPP), destacou a importância deste marco para o consórcio. “O início da aquisição sísmica é um passo significativo, pois contribuirá para o conhecimento do potencial geológico de Búzi e Divinhe. Os dados sísmicos mais recentes existentes no bloco foram adquiridos em 2012/2013, sendo essencial obter novos que permitam uma melhor compreensão da subsuperfície, com imagens mais detalhadas que ajudem na identificação e maturação dos prospectos já identificados, potencialmente levando a novas descobertas”, afirmou.
Durante a cerimónia, os participantes acompanharam a execução dos testes dos parâmetros de aquisição sísmica na linha 12, que possui cerca de 24 quilómetros de extensão na zona de Búzi, o que permitiu observar de perto o avanço das actividades.
“Nesta fase, o projecto conta com a participação de 98 trabalhadores locais e 12 assistentes de linha, dos quais oito são jovens moçambicanos formados em universidades nacionais. Isso permite a exposição desses profissionais às operações de aquisição sísmica, promovendo a transferência de conhecimento à mão-de-obra nacional”, acrescentou Morais.
Além do Administrador do Pelouro de Pesquisa e Produção (PPP), estiveram presentes na cerimónia outros em representação da ENH; o Administrador de Pesquisa do Instituto Nacional Petróleo, Milton Zibane; o Director-Geral da Buzi Hydrocarbons, Fachrizal; e o Director Operacional da Buzi Hydrocarbons, Tavares Martinho.
Refira-se que foi em Búzi onde ocorreu a segunda descoberta de gás natural em Moçambique, em 1962. Em 2008, o bloco foi concessionado à ENH, que, para mediar o risco de investimento na fase de pesquisa, optou pela estratégia de farm-out. Assim, identificou no mercado o parceiro Buzi Hydrocarbons, a quem cedeu 75 por cento do seu interesse participativo, através de um acordo comercial de compra e venda, tornando-se assim o operador do bloco.
O programa de avaliação do Bloco de Búzi em curso foi aprovado em Agosto de 2022 pelo Governo de Moçambique.