O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, anunciou, na manhã do dia 13 de Novembro, a entrada de Moçambique para os anais da história mundial, como um dos países exportadores de Gás Natural Liquefeito (GNL), após o arranque do primeiro carregamento de GNL da Bacia do Rovuma para o mercado internacional.
Este marco foi materializado pelo projecto Coral Sul, na Área 4, através de uma plataforma flutuante instalada no alto-mar, a cerca de 80 quilómetros da costa, com capacidade de produção de 3.4 milhões de toneladas por ano (MTPA).
Falando à nação, o PR sublinhou que para além do GNL representar uma fonte alternativa de fornecimento, contribui em larga medida para a segurança energética nos países de maior consumo.
“A realização deste empreendimento internacional é sinal do reconhecimento pelo mercado de que Moçambique oferece um ambiente estável, transparente e previsível para investimentos multi-bilionários, onde sobressalta a alta tecnologia com o intuito de monetizar recursos numa fase de transição energética, portanto deve ser orgulho de todos moçambicanos”, sublinhou.
A Decisão Final de Investimento (FID) do Projecto Coral Sul FLNG realizou se em 2017, dando o início a construção da plataforma de produção, na Coreia do Sul. O projecto teve um investimento de cerca de sete mil milhões de dólares.
Na sua mensagem, o PR destacou os efeitos do projecto sobre o equilíbrio externo pelo canal das exportações, a melhoria das contas públicas pela arrecadação de receitas fiscais por via de impostos sobre a produção, da partilha de lucros e da tributação normal do IRPC, assim como da apropriação de uma tecnologia moderna por Moçambicanos formados ao longo das várias fases da construção da plataforma flutuante.
“Este projecto é o primeiro de um plano de desenvolvimento mais ambicioso e encorajam por isso, os concessionários a seguir o Plano de Desenvolvimento que preconiza futuros desenvolvimentos em terra, dada a sua importância para o nosso país”, disse.
Por outro lado, Filipe Nyusi apelou os moçambicanos a não tomarem a exploração de gás como a única e maior solução para o desenvolvimento de Moçambique. “ “Devem manter e aumentar intensivamente a produção e a productividade, nas nossas actividades tradicionais, como agricultura, pesca, turismo, projectos de geração de energia, dentre outras”, referiu.
A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) é concessionária deste projecto, assim como a ExxonMobil, CNPC, Galp, Kogas e a Eni, sendo esta última a Operadora Delegada das operações offshore da Área 4, e que executou o projecto dentro dos prazos e orçamentos acordados a 5 anos atrás.