
Os países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) estarão mais bem capacitados para responder às necessidades de industrialização e energéticas locais se actuarem como um bloco, do que de forma individual.
A posição foi defendida esta quarta-feira (7), em Maputo, pelos integrantes da mesa-redonda de alto nível intitulada “Estratégias para uma transformação sustentável: colaborar para utilizar recursos naturais numa região integrada e industrializada”, no quadro da 11.ª Conferência e Exposição de Energia e Mineração de Moçambique (MMEC, na sigla em inglês).
Estêvão Pale, Ministro dos Recursos Minerais de Moçambique; Ibrahim Matola, Ministro da Energia do Malawi; e July Moyo, Ministro da Energia e Desenvolvimento Energético do Zimbabwe, disseram que, com colaboração, os países da região austral podem transformar a indústria e suprir as necessidades de energia, cuja falta afecta milhões de famílias e compromete o desenvolvimento de sectores como turismo e agricultura.
“Devemos desenvolver o potencial energético nacional olhando para as nossas necessidades nacionais, mas também em benefício dos países vizinhos”, disse Pale, revelando que, no contexto da revisão em curso das leis de Minas e de Petróleos, será necessário olhar para o que acontece noutros países da região, porque também se mostra pertinente harmonizar as políticas entre os países do bloco da SADC para facilitar a cooperação.
“A abordagem deve ser local, mas também olhando para os países da região, cujos sistemas de energia devem estar interconectados para responder às necessidades uns dos outros”, afirmou Moyo, defendendo também a coordenação dos investimentos que os países realizam, tendo sugerido, inclusive, a criação de um fundo de investimento para financiar iniciativas comuns.
O Ministro da Energia do Malawi defendeu igualmente colaboração, dizendo que, por exemplo, o gás natural de Moçambique pode ser disponibilizado a outros países da região para promover o desenvolvimento. Neste contexto, aliás, foram assinados no decurso da 11.ª edição da MMEC memorandos de entendimento para fornecimento de produtos petrolíferos à Zâmbia e ao Zimbabwe.
Na verdade, Moçambique já coopera com vários países da região no sector energético, como a África do Sul, Botswana, eSwatini, Lesotho, Malawi, Zâmbia e Zimbabwe. Com o Malawi, está em curso um projecto de interconexão para a complementaridade dos sistemas dos dois países.
Co-organizada pela ENH a AME Trade, a 11.ª edição da MMEC, que termina esta quinta-feira (8), decorre sob o lema “Investir numa Nova Era: Transformar os Recursos Naturais de Moçambique para impulsionar a industrialização e a integração regional”, juntando actores locais e internacionais dos sectores de mineração e energia, ou com interesses afins.