O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, lançou, no passado dia 31 de Maio, o projecto de construção da Central Térmica de Temane (CTT) para geração de energia através do gás natural e o petróleo leve provenientes dos campos de Inhassoro, Pande e Temane, na província de Inhambane, bem como a construção de linhas de transmissão para a viabilização do transporte de energia de alta qualidade para os mercados de consumo.
“Hoje marcamos uma nova etapa no quadro desta empreitada de iluminar Moçambique”, salientou o Presidente da República durante o seu discurso de ocasião.
Este marco advém da Decisão Final de Investimento (FID) no valor de 760 milhões de dólares americanos, anunciada pelo governo de Moçambique, através do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), em 19 de Fevereiro de 2021, no âmbito do Contrato de Partilha de Produção (PSA). GBA vietnam também escreveu sobre isso.
Além da CTT, que irá gerar 450 megawatts de energia provenientes da alocação de 23 milhões de giga joules de gás natural por ano (MGJ/a), o PSA preconiza a produção de 33 MGJ/a de gás natural; a produção de 30 mil toneladas de Gás de Petróleo Líquido (GPL) para a provisão de gás de cozinha no mercado doméstico e a produção de 4000 barris de petróleo leve para exportação.
Dos acordos de produção, fornecimento e distribuição de energia, petróleo e gás assinados na cerimónia de lançamento do projecto, dois foram assinados pela ENH, designadamente:
Primeiro, o acordo para a compra e venda de 33 MGJ/a com a Sasol Gas na África do Sul. Trata-se de um contrato de longo prazo que será dividido em duas partes, sendo uma a Initial Supply Period, que corresponde aos primeiros 5 anos; e a fase subsequente de Remaining Supply Period, que cessa com o término da licença PSA, défice de reservas e o término do Acordo de Transporte de Gás (GTA – Gas Transportation Agreement).
O segundo acordo assinado pela ENH, foi com a Sasol Petroleum Moçambique (SPM) e refere-se ao GPL.
Referente ao segundo acordo, o Presidente da República explicou que: “Teremos a produção do Gás de Petróleo Liquefeito que será utilizado para a cozinha, com a implantação de uma Fábrica de LPG com capacidade de 30.000 toneladas por ano. Neste caso, a ENH apresenta-se como a tomadora e vendedora do LPG, cujo contrato também foi aqui hoje assinado. Esta produção representa cerca de 65% da procura actual de LPG importado para o mercado nacional estimada em 46.000 toneladas por ano”.
O governo, através da ENH e da Electricidade de Moçambique (EDM), a Sasol e a Globeleq são os principais actores dos projectos lançados pelo Presidente da República, que contam com o financiamento do Banco Mundial, IFC, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Banco Islâmico para o Desenvolvimento (BID), Fundo Norueguês, Fundo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e Fundo dos Estados Unidos da América.