ENH E ENI AUTORIZADAS A PESQUISAR HIDROCARBONETOS NO BLOCO A6-C

A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), que detém 40 por cento do interesse participativo, e a Eni Mozambico SpA, com 60 por cento, estão autorizadas a fazer pesquisa e prospecção de hidrocarbonetos no bloco A6-C, em offshore (no mar) em Angoche, província de Nampula.

Para o efeito, foi assinado esta quinta-feira, em Maputo, o Contrato de Concessão de Pesquisa e Produção (EPCC) de petróleo e gás, entre o Governo e as duas concessionárias, no seguimento dos termos contratuais aprovados na 22.ª sessão do Conselho de Ministros, em finais de Julho.

Em representação do Governo, assinou o EPCC o Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias. Por sua vez, a ENH foi representada pela Presidente do Conselho de Administração (PCA), Ludovina Bernardo; e pelo Administrador de Pesquisa e Produção, Rudêncio Morais, enquanto a Eni fez-se representar por Marica Calabrese, Directora-geral da empresa em Moçambique.

“A pós a fiscalização sucessiva do contrato, as concessionárias ficam habilitadas a realizar operações petrolíferas no bloco A6-C e a implementar um programa de trabalho de pesquisa intenso”, anunciou Carlos Zacarias, que testemunhou na mesma ocasião à assinatura do Acordo de Operações Conjuntas (JOA) entre a ENH e a Eni Mozambico SpA.

O ministro disse que a execução do contrato trará ganhos ao país, tendo falado da contratação da mão-de-obra e de bens e serviços, formação de técnicos nacionais, capacitação institucional das entidades moçambicanas ligadas ao sector petrolífero, arrecadação de receitas fiscais para o Estado e realização de projectos sociais.

Carlos Zacarias, que manifestou optimismo na prospectividade da área concessionada, em resultado de estudos preliminares realizados na bacia, recomendou as concessionárias a cumprirem o programa de trabalho estabelecido no contrato de concessão, obedecendo à legislação petrolífera e conexa em vigor, em estreita conexão com o Instituto Nacional de Petróleo (INP), que é o regulador do sector, e demais entidades.

“Apelamos ainda ao uso de tecnologias que impactem o mínimo impacto possível o ambiente, de modo que as operações petrolíferas coexistam com outras actividades económicas de forma sustentável, como a pesca e o turismo”, referiu o ministro.

Por sua vez, a Directora-geral da Eni, Marica Calabrese, considerou a assinatura do Contrato de Concessão de Pesquisa e Produção um outro marco da companhia no país, onde está presente desde 2006, aquando da assinatura do EPCC referente à Área 4, da Bacia do Rovuma.

“Este é um sinal de que a Eni acredita neste país e quer investir. Estou segura de que este bloco de pesquisa vai ser o início de um outro sucesso, à semelhança do projecto Coral Sul FLNG (da Área 4)”, vaticinou.

O PCA do INP, Nazário Bangalane, explicou que o passo seguinte será a submissão do contrato ao Tribunal Administrativo para a obtenção do visto, para o início efectivo das actividades de pesquisa e prospecção, manifestando também optimismo quanto aos resultados.

“É nossa expectativa que este contrato trará mais descobertas que vão confirmar Moçambique como um dos detentores de grandes quantidades de recursos de gás natural, que continuará a fornecer gás natural ao mercado internacional e para o uso doméstico”, expressou-se Bangalane.

Refira-se que o contrato rubricado esta quinta-feira é o sexto das seis áreas adjudicadas no âmbito do sexto concurso público internacional lançado pelo INP em 2021 para a licitação de 16 novas áreas localizadas no mar (offshore), em Angoche, Zambeze e Save, cobrindo um total de aproximadamente 92 000 quilómetros quadrados.

As outras áreas adjudicadas e com contratos de concessão de pesquisa e produção já assinados são a S6-A, S6-B, na zona de Save; A6-D, A6-G e A6-E, na zona de Angoche, cujos concessionários são a ENH e a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) Hong Kong Limited.